quarta-feira, 9 de março de 2011

Um help na pesquisa...

Amigos, este é um resuminho básico, de minha autoria, baseado na apostila Da Estera Menezes e da Edna Silva do Laboratório de Ensino a Distância da UFSC...

METODOLOGIA DE PESQUISA

O trabalho científico deve ter qualidade política e qualidade formal. Isto é, politicamente falando, deve conter conteúdo, fim e substância. Já com relação à formalidade, devem existir meios e formas para realizar o trabalho atrvés do domínio de técnicas de coleta e interpretação de dados.

E O PESQUISADOR?

O pesquisador, por sua vez, deve saber manipular as fontes de informação, ter conhecimento quanto ao referencial teórico e possuir capacidade de escrita e oralidade dentro dos padrões acadêmicos.

Também são considerados atributos do bom pesquisador: conhecimento do assunto em questão, curiosidade, criatividade, integridade intelectual, sensibilidade social, humildade para autocorreção, imaginação disciplinada, perseverança, paciência, confiança na experiência e sucesso vinculado à capacidade de captar recursos e formar equipes.

O QUE É PESQUISAR?

É procurar respostas para indagações propostas. É um processo intrinsicamente inacabado e permanente, através de uma combinação particular entre teoria e dados que leva à intervenção competente na realidade num sentido teórico e prático.
É descobrir respostas para problemas através do emprego de procedimentos científicos racionais e sistemáticos.
Logo, a pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informação para solucioná-lo.

COMO CLASSIFICAR A PESQUISA?

As pesquisas podem ser clasificadas em Pesquisa Básica, que objetiva gerar conhecimentos novos e úteis para o avanço da ciência, porém, sem aplicação prática prevista. Envolvendo verdades e interesses universais. E, também pode ser classificada como Pesquisa Aplicada, objetivando gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais.

FORMAS DE ABORDAGEM...

Do ponto de vista da forma de abordagem, a pesquisa pode ser Quantitativa, quando considera que tudo pode ser quantificável e traduzido em números, como opiniões e informações classificáveis e analisáveis. Esta abordagem requer o uso de recursos e técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, desvio-padrão, etc).

Ainda, pode ser Qualitativa, quando considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo entre o objetivo e o subjetivo que não pode ser traduzido em números. Esta abordagem utiliza a interpretação dos fenômenos e atribui significados a estes. Não precisa de estatísticas e o ambiente natural é fonte direta para a coleta de dados, com o pesquisador sendo o instrumento-chave. É descritiva e os pesquisadores tendem a analisar seus dados de forma indutiva. Logo, os focos principais são o processo e seu significado.

O QUE SE PRETENDE COM UMA PESQUISA?

Com relaçao aos objetivos pretendidos com a realização de uma pesquisa, segundo Gil (1991), a pesquisa pode ser:

1) Exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo explícito ou para construir hipóteses. Para este fim, envolve levantamentos bibliográficos, entrevistas e análise de exemplos. Em geral são pesquisas bibliográficas ou estudos de caso.

2) Descritiva: visa descrever as características de uma população ou fenômeno ou o estabelecimento de variações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados como questionários e observação sistemática. Em geral, assume forma de Levantamento.

3) Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos, aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o "por quê" das coisas. Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método experimental e, nas ciências sociais, requer o uso do método observacional. Em geral, assume forma de Pesquisa Experimental e Pesquisa Expost-Facto.

PROCEDIMENTOS TÉCNICOS...

Segundo Silva e Menezes (2001), os procedimentos técnicos que podem ser adotados na realização da pesquisa são:

1) Pesquisa Bibliográfica: elaborada a partir de material já publicado;
2) Pesquisa Documental: elaborada a partir de materiais que não receberam tratamento
    analítico;
3) Pesquisa Experimental: acontece quando se determina um objeto de estudo,
    seleciona-se as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo e define-se a as formas
    de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
4) Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação direta das pessoas cujo
    comportamento se deseja conhecer;
5) Estudo de Caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
    objetos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento.
6) Pesquisa Expost-Facto: quando o "experimento" se realiza depois dos fatos. E,
    estes podem ser possuir uma variável independente, onde o evento acontece
    naturalmente. Ou uma variável dependente, onde os resultados dependem do
    experimento. Neste tipo de pesquisa deve-se atentar para as espúrias, que não são
    o objeto de estudo em si, mas podem interferir no resultado.
7) Pesquisa-Ação: tipo de pesquisa concebida e realizada em estreita associação com
    uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Os pesquisadores e
    partiipantes representativos da situação ou problema estão envolvidos de maneira
    cooperativa ou participativa na pesquisa.
8) Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interação entre
    pesquisadores e membros das situações investigadas.

Bem, voltando à definição de pesquisa, temos a mesma como a "construção de conhecimento original" de acordo com certas exigências científicas.

Para uma pesquisa ser científica ela deve ter coerência, consistência, originalidade e objetivação.

Os requisitos metodológicos para se realizar uma pesquisa são:

1) Pergunta que se quer responder;
2) Elaboração dos passos para se chegar à resposta;
3) Grau de confiabilidade na resposta obtida (Goldemberg, 1999).

O Planejamento da execução de uma pesquisa envolve três fases:

FASE 1 - Decisória:
               É nesta fase que escolhemos o tema, definimos o problema e delimitamos o
               tema.

FASE 2 - Construtiva:
               Aqui construímos o plano de pesquisa e executamos a pesquisa.

FASE 3 - Redacional:
               Nesta fase os dados e informações da fase construtiva são analisados, as
               idéias são organizadas de forma sistemática e elaboramos então, um relatório
               final que deve obdecer as normas acadêmicas.

FASE 4 - Divulgação dos Resultados:
               Esta fase é de suma importância, pois para que serve uma pesquisa não
               divulgada? Se o objetivo da mesma é promover conhecimento?


Mas não acaba aqui, antes de realizar uma pesquisa é crucial entendermos um pouco dos métodos científicos que podem ser utilizados na realização da mesma. Pois são os métodos científicos que irão proporcionar as bases lógicas à investigação científica e representam o conjunto de processos ou operações mentais utilizados na investigação, isto é, a linha de raciocínio empregada no processo de pesquisa (GIL, 1999; LAKATOS, MARCONI, 1993; TRIVIÑOS, 1992).

MÉTODOS CIENTÍFICOS:

1) Método Dedutivo: é o método dos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz,
    que presupõe, que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. A linha
    de raciocínio vai do geral para o particular com o objetivo de se chegar a uma
    conclusão. Utiliza o silogismo, que é a conexão de idéias com argumentação lógica
    perfeita, através de duas premissas e uma conclusão.

2) Método Indutivo: é o método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e
    Hume. Onde o conhecimento é fundamentado na experiência, não levando em conta
    princípios pré-estabelecidos. A generalização deriva da observação da realidade
    concreta e as constatações particulares levam à elaboração da generalização.

3) Método Hipotético-Dedutivo: proposto por Popper, em que o problema surge
    quando os conhecimentos sobre determinado assunto são insuficientes para a
    explicação do fenômeno então, para se explicar o fenômeno, são formuladas
    conjecturas ou hipóteses. E, das hipóteses são deduzidas as consequencias que
    deverão ser testadas ou falseadas.

    Obs.: Só para esclarecer, a diferença entre os métodos dedutivo e hipotético-
             dedutivo é que, no primeiro, se procura a todo custo confirmar a hipótese e,
             no segundo, são procuradas evidências empíricas para derrubar a hipótese.

4) Método Dialético: é o método proposto por Hegel, onde as contradições se
    transcendem dando origem a novas contradições que passam a precisar de solução.
    Este método interpreta a realidade de forma dinâmica e total e os fatos não podem
    ser considerados fora do contexto social, político, econômico, etc. É muito
    empregado em Pesquisa Qualitativa.

5) Método Fenomenológico: proposto por Russel e não é Dedutivo, nem Indutivo. Este
    método descreve a experiência tal como ela é. A realidade é construída socialmente e
    entendida como o compreendido, o interpretado, o comunicado. A realidade não é
    única, existem tantas realidades quantas forem as interpretações, delegando
    ao sujeito, substancial importância no processo de construção do conhecimento.
   Também é muito utilizado em Pesquisa Qualitativa.

PARA FINALIZAR,

"Na era do caos, do indeterminismo e da incerteza, os métodos científicos andam com seu prestígio abalado. Apesar da sua reconhecida importância, hoje, mais do que nunca, se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível. Portanto, não há apenas uma mameira de raciocínio capaz de dar conta do complexo mundo das investigações científicas. O ideal seria você empregar métodos, e não um método em particular, que ampliam as possibilidades de análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa". (MENEZES; SILVA, 2001).

Queridos leitores, para mais detalhes consultar:

MENEZES, Estera M.; SILVA, Edna L. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 3 ed. Florianópolis, 2001. Disponível em: http://projetos.inf.ufsc.br/arquivos/Metodologia%20da%20Pesquisa%20203a%20edicao.pdf. Acesso em 29 Set. de 2010.

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