domingo, 5 de setembro de 2021

A Misericórdia e a Compaixão nas Constelações Familiares

No estado de Misericórdia conseguimos ver os outros como pessoas iguais a nós, com problemas e dificuldades, mas com valor. 

Pessoas misericordiosas possuem um coração sensível a outras pessoas e conseguem sentir seu sofrimento.

Se estamos zangados, irritados ou nos sentimos ameaçados por alguém, lembramos que essa pessoa é humana como nós e que nós também precisamos da misericórdia dos outros.

A Misericórdia é definida como compaixão e inclui sentimentos e atos de solidariedade, bondade e amor. 

Nossa capacidade de Misericórdia costuma aflorar quando tomamos consciência das circunstâncias incomuns e angustiantes dos outros.

Não existe Misericórdia sem compaixão e para termos compaixão precisamos ser misericordiosos.

Mas o que é compaixão?
Compaixão é um sentimento que se caracteriza pela piedade e empatia em relação à tristeza alheia.

O significado da palavra compaixão é originário do latim "compassionis", que significa "sentimento comum" ou "união de sentimentos".

Quando sinto compaixão pelo outro eu me uno a essa pessoa e consigo compreender o estado emocional dessa outra pessoa e de mim mesmo ao mesmo tempo.
Ou seja, eu consigo incluir o outro no meu coração e me incluir no coração do outro também. 

Porém, ter compaixão por alguém é muito mais do que me colocar no  lugar do outro, é ir além e, realmente,  compreender essa pessoa em seus atos.

Esse agir compassivo abre as portas das nossas emoções, nos permitindo sentir como as outras pessoas estão vivendo aquilo que provoca nelas dor ou sofrimento.

Eu consigo abrir meus olhos e realmente entender de forma amorosa quais foram as necessidades que levaram o outro a agir de determinada forma, através da boa vontade do meu coração, que consegue se abrir e ficar pronto  para agir através de uma nova consciência.

Uma consciência mediada por uma reação empática independente de como e por que tudo aconteceu.

Normalmente a compaixão envolve o desejo de aliviar ou melhorar a dor da outra pessoa, assim como demonstrar uma gentileza para aqueles que sofrem.

E nesse processo nosso sofrimento também diminui.

Somente uma pessoa agindo com o espírito da compaixão pode ajudar aqueles pelos quais se compadece.

O que é muito diferente de ter "dó" ou pena das outras pessoas. 

Pois ter dó é "sofrer com" e ter compaixão é a virtude de saber compartilhar o sofrimento do outro numa troca amorosa onde ambos se vêem e se unem.

Aquele que é capaz de sentir compaixão não deixa de olhar para os seus próprios recursos internos e age de acordo com esses recursos, sem causar prejuízos a si mesmo, pois sempre observa os limites dessa ação para poder oferecer apenas o que se tem para dar. (Primeira Ordem da Ajuda).

A compaixão pelo outro entende, não julga, inclui e mesmo assim preserva o autocuidado com muito respeito por quem precisa de alguma ajuda e também muito respeito pelas situações ao seu redor.

Sentir compaixão é também  a capacidade de amar a outra pessoa, apesar dos seus "defeitos" e  abre um caminho diferente do julgamento imediato.

Somente uma pessoa sensível e atenta consegue perceber o verdadeiro estado de compaixão e empatia pelo próximo e, ao mesmo tempo consegue respeitar e valorizar a Vida, sendo capaz de acolher o sofrimento e a vulnerabilidade do outro e de si mesmo ao mesmo tempo.

A pessoa que tem compaixão ajuda, fortalece, consola e também oferece certo suporte emocional.
A pessoa que tem pena, não acrescenta nada ao sofrimento do outro e ainda o desmotiva. Pois faz ele se sentir ainda pior do que pensa ou sente que é.

Mas e a Misericórdia?
A Misericórdia não existe sem Compaixão e é impossível ter compaixão se a pessoa não for misericordiosa.

Bert Hellinger foi padre e trouxe essa diferença entre ter dó e sentir compaixão da vertente religiosa e quando olhamos para o amor misericordioso de Deus pelas pessoas, quando lembramos da falta de julgamento de Jesus e compreendemos que, apesar de tudo, podemos recorrer à misericórdia de Deus, percebemos os movimentos das Constelações, compreendemos as Ordens da Ajuda e, finalmente acabamos por descobrir que tudo o que aprendemos nas Constelações Sistêmicas Familiares, já estão presentes há mais de 2.000 anos entre nós.
O que é a Misericórdia Divina senão o estado que alcançamos quando atingimos o metassentimento?
Bert Hellinger só usou uma linguagem diferente para ensinar o mesmo.

Lú Mila Terapias 🦋


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